domingo, 28 de janeiro de 2007
sábado, 27 de janeiro de 2007
Do fim antes do fim antes do princípio
Sempre que arrumo o meu quarto sinto como se estivesse a arrumar a minha vida. Não sei explicá-lo mas parece que em cada livro que endireito e em cada camisola que dobro repousa um problema qualquer que subitamente se desvanece. É como se arrumasse em simultâneo duas divisões, o meu quarto e o sítio onde moram as minhas ideias.
(Presumo que seja no cérebro mas dada a confusão que costuma por lá andar, mais parece que andam às voltas no estômago, para não saírem de lá, como se de uma eterna máquina de lavar roupa se tratasse.)
Hoje foi o primeiro último dia desta fase. O segundo e último último dia será em princípio o 5. Após isso espera-me um novo princípio, nesta quase-eterna procissão de fases... E a melhor de todas ainda está para vir!!!
Escusam de perguntar qual é, porque não sei.
(Presumo que seja no cérebro mas dada a confusão que costuma por lá andar, mais parece que andam às voltas no estômago, para não saírem de lá, como se de uma eterna máquina de lavar roupa se tratasse.)
Hoje foi o primeiro último dia desta fase. O segundo e último último dia será em princípio o 5. Após isso espera-me um novo princípio, nesta quase-eterna procissão de fases... E a melhor de todas ainda está para vir!!!
Escusam de perguntar qual é, porque não sei.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2007
Do não querer
Da janela da minha casa vê-se uma réstia mal-amanhada dos jardins da Gulbenkian e um meio El Corte Inglés bem lá no fundo. O bairro é velho mas sossegado e quando não temos de passar quinze minutos à procura, até que é fácil estacionar o carro. A casa é como o bairro e quando não temos de passar quinze minutos à procura de vontade de lá estar, até que é fácil lá viver.
Um turbilhão. A minha cabeça é como um turbilhão.
Todos os dias quando saio de casa e me dirijo para o carro sou forçado como que a um bailado meio idiota para não pisar os dejectos dos canídeos que as senhoras trazem a defecar aos passeios do bairro. Um dia ao sair do prédio dei de caras com uma senhora que trazia pela trela um daqueles mini-quadrúpedes de pelo encaracolado que se convencionou chamar caniche. A senhora olhava embevecida enquanto o pobre animal, na sua lucidez de cão em tudo comparável à lucidez da dona, deixava mais um conjunto de bolas castanhas no passeio. Nem o olhar atónito do senhor da oficina que funciona no rés-do-chão foi suficiente para tirar aquele sorriso da face da senhora. Ainda pensei perguntar-lhe o que faria se me visse a mim, João, replicar à porta de sua casa a acção do canídeo... Mas não disse nada. Achei que ela se iria limitar a sorrir ainda mais embevecida para o resultado do acto e continuar a sua pequenina vida.
Além do mais estou em Lisboa.
E aqui ninguém quer saber da vida dos outros para nada.
Um turbilhão. A minha cabeça é como um turbilhão.
Todos os dias quando saio de casa e me dirijo para o carro sou forçado como que a um bailado meio idiota para não pisar os dejectos dos canídeos que as senhoras trazem a defecar aos passeios do bairro. Um dia ao sair do prédio dei de caras com uma senhora que trazia pela trela um daqueles mini-quadrúpedes de pelo encaracolado que se convencionou chamar caniche. A senhora olhava embevecida enquanto o pobre animal, na sua lucidez de cão em tudo comparável à lucidez da dona, deixava mais um conjunto de bolas castanhas no passeio. Nem o olhar atónito do senhor da oficina que funciona no rés-do-chão foi suficiente para tirar aquele sorriso da face da senhora. Ainda pensei perguntar-lhe o que faria se me visse a mim, João, replicar à porta de sua casa a acção do canídeo... Mas não disse nada. Achei que ela se iria limitar a sorrir ainda mais embevecida para o resultado do acto e continuar a sua pequenina vida.
Além do mais estou em Lisboa.
E aqui ninguém quer saber da vida dos outros para nada.
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