quinta-feira, 30 de agosto de 2007
domingo, 28 de janeiro de 2007
sábado, 27 de janeiro de 2007
Do fim antes do fim antes do princípio
Sempre que arrumo o meu quarto sinto como se estivesse a arrumar a minha vida. Não sei explicá-lo mas parece que em cada livro que endireito e em cada camisola que dobro repousa um problema qualquer que subitamente se desvanece. É como se arrumasse em simultâneo duas divisões, o meu quarto e o sítio onde moram as minhas ideias.
(Presumo que seja no cérebro mas dada a confusão que costuma por lá andar, mais parece que andam às voltas no estômago, para não saírem de lá, como se de uma eterna máquina de lavar roupa se tratasse.)
Hoje foi o primeiro último dia desta fase. O segundo e último último dia será em princípio o 5. Após isso espera-me um novo princípio, nesta quase-eterna procissão de fases... E a melhor de todas ainda está para vir!!!
Escusam de perguntar qual é, porque não sei.
(Presumo que seja no cérebro mas dada a confusão que costuma por lá andar, mais parece que andam às voltas no estômago, para não saírem de lá, como se de uma eterna máquina de lavar roupa se tratasse.)
Hoje foi o primeiro último dia desta fase. O segundo e último último dia será em princípio o 5. Após isso espera-me um novo princípio, nesta quase-eterna procissão de fases... E a melhor de todas ainda está para vir!!!
Escusam de perguntar qual é, porque não sei.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2007
Do não querer
Da janela da minha casa vê-se uma réstia mal-amanhada dos jardins da Gulbenkian e um meio El Corte Inglés bem lá no fundo. O bairro é velho mas sossegado e quando não temos de passar quinze minutos à procura, até que é fácil estacionar o carro. A casa é como o bairro e quando não temos de passar quinze minutos à procura de vontade de lá estar, até que é fácil lá viver.
Um turbilhão. A minha cabeça é como um turbilhão.
Todos os dias quando saio de casa e me dirijo para o carro sou forçado como que a um bailado meio idiota para não pisar os dejectos dos canídeos que as senhoras trazem a defecar aos passeios do bairro. Um dia ao sair do prédio dei de caras com uma senhora que trazia pela trela um daqueles mini-quadrúpedes de pelo encaracolado que se convencionou chamar caniche. A senhora olhava embevecida enquanto o pobre animal, na sua lucidez de cão em tudo comparável à lucidez da dona, deixava mais um conjunto de bolas castanhas no passeio. Nem o olhar atónito do senhor da oficina que funciona no rés-do-chão foi suficiente para tirar aquele sorriso da face da senhora. Ainda pensei perguntar-lhe o que faria se me visse a mim, João, replicar à porta de sua casa a acção do canídeo... Mas não disse nada. Achei que ela se iria limitar a sorrir ainda mais embevecida para o resultado do acto e continuar a sua pequenina vida.
Além do mais estou em Lisboa.
E aqui ninguém quer saber da vida dos outros para nada.
Um turbilhão. A minha cabeça é como um turbilhão.
Todos os dias quando saio de casa e me dirijo para o carro sou forçado como que a um bailado meio idiota para não pisar os dejectos dos canídeos que as senhoras trazem a defecar aos passeios do bairro. Um dia ao sair do prédio dei de caras com uma senhora que trazia pela trela um daqueles mini-quadrúpedes de pelo encaracolado que se convencionou chamar caniche. A senhora olhava embevecida enquanto o pobre animal, na sua lucidez de cão em tudo comparável à lucidez da dona, deixava mais um conjunto de bolas castanhas no passeio. Nem o olhar atónito do senhor da oficina que funciona no rés-do-chão foi suficiente para tirar aquele sorriso da face da senhora. Ainda pensei perguntar-lhe o que faria se me visse a mim, João, replicar à porta de sua casa a acção do canídeo... Mas não disse nada. Achei que ela se iria limitar a sorrir ainda mais embevecida para o resultado do acto e continuar a sua pequenina vida.
Além do mais estou em Lisboa.
E aqui ninguém quer saber da vida dos outros para nada.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
domingo, 17 de dezembro de 2006
Da necessidade de dizer qualquer coisa, não se sabe bem o quê.
Os japoneses têm um ditado antigo - "Han Tan Wa Shi" que significa qualquer coisa como: "Quando o sol se levanta lentamente à hora do tigre e o guerreiro samurai perscruta o horizonte com o seu olhar de lince em busca da flor do lótus que desponta, sabe bem que não vale a pena chorar sobre leite derramado".
Não, não têm.
Não, não têm.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
da finitude do tempo
O tempo é finito e quem disser o contrário está redondamente enganado. O dia tem 24 horas e não é por querermos muito que ele vai esticar. Nessas 24 horas é-nos pedido que arrumemos de uma forma coerente todas as pequenas coisas que constituem o nosso dia-a-dia. Fá-lo-emos de acordo com regras simples de prioridades, horários de ocorrência e necessidades básicas. Se me perguntarem, o que me custa mais é manter uma noção de prioridades que esteja suficientemente de acordo com a noção de prioridades das pessoas que me rodeiam.
Vou mas é trabalhar... malandro.
Vou mas é trabalhar... malandro.
sábado, 2 de dezembro de 2006
E a medalha de ouro vai para...
Ao cabo de algum tempo o corpo e a mente acalmam e tem início a fase menos dura do processo de habituação. Os locais que anteriormente assustavam deixam a pouco e pouco de o fazer e a tranquilidade instala-se. Os níveis de adrenalina matinal baixam para metade e as mãos tremem agora só do frio que o lento inverno traz.
(Gostava de perceber porque conservo os auscultadores pretos se não estou a ouvir música)
A maior dor que me podem dar é ter de escolher e quero deixar bem claro que no meu mundo ideal poder-se-ia ficar para sempre com tudo, independentemente das escolhas que se fizessem. No fundo, o meu mundo ideal não passaria de um conjunto de clichés idiotas que nos permitiriam ser felizes dentro de limites bem definidos, sem deixar espaço ao medo de tomar decisões. Poder-se-ia por exemplo decidir de um momento para o outro deixar o país sem perder o contacto com os amigos de longa data ou mesmo com os de curta data, sendo que no meu caso estes segundos são na grande maioria mais relevantes que os primeiros. Porque afirmo eu isto? Será que reconheço agora que vivi tempos de imaturidade em que vi, por ingenuidade e imaturidade, amizade onde não esta não existia? Faz como que lembrar a parábola do agricultor que à força de tanto desejar chuva, vê os campos inundados e a colheita destruída.
(Não sei se a parábola existe, mas se não existia... e já agora, mas quem é que quer saber de parábolas para alguma coisa?)
Retomando o fio condutor, acho que é justo dizer que começo a aperceber-me do valor da verdadeira amizade. Às vezes é preciso soltar as amarras e distanciarmo-nos para termos a noção clara da dimensão da teia que nos toca (não nos prende).
O passo que dou neste momento é encontrar uma metáfora mais favorável que não remeta para a prisão que apesar de eu afirmar que não existe, reside ainda na imagem que a teia evoca. Afinal de contas se pensarmos bem, a teia pode até não ser algo mau pois os filamentos que a constituem são flexíveis e podem-se estender por longas distâncias. Espero conseguir que as pessoas que deixo por aqui e por ali continuem, para onde quer que vão, unidas a mim por flexíveis filamentos de teias pois tenho a certeza que tudo o que seja demasiado rígido irá quebrar.
(Gostava de perceber porque conservo os auscultadores pretos se não estou a ouvir música)
A maior dor que me podem dar é ter de escolher e quero deixar bem claro que no meu mundo ideal poder-se-ia ficar para sempre com tudo, independentemente das escolhas que se fizessem. No fundo, o meu mundo ideal não passaria de um conjunto de clichés idiotas que nos permitiriam ser felizes dentro de limites bem definidos, sem deixar espaço ao medo de tomar decisões. Poder-se-ia por exemplo decidir de um momento para o outro deixar o país sem perder o contacto com os amigos de longa data ou mesmo com os de curta data, sendo que no meu caso estes segundos são na grande maioria mais relevantes que os primeiros. Porque afirmo eu isto? Será que reconheço agora que vivi tempos de imaturidade em que vi, por ingenuidade e imaturidade, amizade onde não esta não existia? Faz como que lembrar a parábola do agricultor que à força de tanto desejar chuva, vê os campos inundados e a colheita destruída.
(Não sei se a parábola existe, mas se não existia... e já agora, mas quem é que quer saber de parábolas para alguma coisa?)
Retomando o fio condutor, acho que é justo dizer que começo a aperceber-me do valor da verdadeira amizade. Às vezes é preciso soltar as amarras e distanciarmo-nos para termos a noção clara da dimensão da teia que nos toca (não nos prende).
O passo que dou neste momento é encontrar uma metáfora mais favorável que não remeta para a prisão que apesar de eu afirmar que não existe, reside ainda na imagem que a teia evoca. Afinal de contas se pensarmos bem, a teia pode até não ser algo mau pois os filamentos que a constituem são flexíveis e podem-se estender por longas distâncias. Espero conseguir que as pessoas que deixo por aqui e por ali continuem, para onde quer que vão, unidas a mim por flexíveis filamentos de teias pois tenho a certeza que tudo o que seja demasiado rígido irá quebrar.
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
E a medalha de prata vai para....
Este é o primeiro post do meu segundo blog. O anterior faleceu de bloguite aguda, doença crónica que atinge os blogs e os autores. Os sintomas habituais são podridão, manchas amarelo-esverdeadas e queda do interesse dos tópicos. Decidi então recomeçar, não me perguntem porquê. Sou um homem de obras inacabadas por isso conto deixar este também a meio.
Agora moro em Lisboa, não sei por quanto tempo.
Agora tenho uma namorada, não sei por quanto tempo.
Agora estou vivo, não sei por quanto tempo.
Este blog é preto-mono-dark-depré tal como o estado de espírito do seu dono. Espero poder mudar o layout talvez na semana que vem...
Agora moro em Lisboa, não sei por quanto tempo.
Agora tenho uma namorada, não sei por quanto tempo.
Agora estou vivo, não sei por quanto tempo.
Este blog é preto-mono-dark-depré tal como o estado de espírito do seu dono. Espero poder mudar o layout talvez na semana que vem...
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primeiro post maltez blog coimbrinha lisboa
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